Vinheria, do nome aos 40 anos

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Publicado por: Suzana Barelli Publicado: 28/04/2025 15:16 Visitas: 976 Comentários: 0

Pouco mais de 40 anos atrás, o italiano Luciano Percussi decidiu abrir um lugar para vender vinhos em São Paulo e alguns sanduiches. O cenário brasileiro era bem diferente, as importações de brancos e tintos não eram liberadas, mas ele tinha se arriscado a comprar algumas garrafas no Rio Grande do Sul e queria vendê-las em São Paulo. Não tinha dúvidas do nome: Enoteca. E, claro, colocaria o seu sobrenome. Mas quis o destino que uma arquiteta amiga implicasse com o nome: enoteca? Ninguém entenderia. E sugeriu vinheria. Era a época das danceterias, já tinha as padarias, a terminação “eria” era muito mais sonora do que o estranho enoteca. a162t

E assim nascia um modesto ponto em Pinheiros, com vinhos e sanduiches, na rua Joaquin Antunes, em 1985. A frente do negócio, o casal Luciano Percussi (1926-2023) e sua mulher Maria Grazia. Provavelmente nem sonhassem que o pequeno espaço se transformaria em um restaurante de sucesso, com foco na gastronomia italiana e que, em 2025, completaria 40 anos – as comemorações começaram em abril, com um jantar com menu inspirado na Liguria.

 


Adega da Vinheria: 70% dos rótulos italianos

Mas por que escrever de um restaurante nessa newsletter de vinhos? A nossa proposta, aqui, é sempre pontuar vinhos, as tendências e as histórias dos brancos, tintos, rosés e, mais recentemente, também dos doces e fortificados. A Vinheria Percussi, no entanto, é um restaurante que rompe a barreira da gastronomia, flertando muito com o vinho e, principalmente, com muito foco nos rótulos italianos – atualmente, cerca de 70% de sua carta de 350 rótulos são deste país.

E este flerte com o vinho não ficou apenas no seu nome ou na sua origem. Aliás, o nome vinheria foi patenteado e até recentemente, quando venceu esta exclusividade, nenhum estabelecimento poderia ser chamado de vinheria no Brasil.


Os filhos se juntaram ao negócio, que começou a crescer. Em 1987, Lamberto Percussi ou a cuidar da parte istrativa e não tardou para entrar também na dos vinhos. Na época, a vinheria já era uma pioneira em ter o vinho da casa com o seu nome. “Meu pai comprava o vinho de um projeto da Todescchini em Flores da Cunha”, lembra Lamberto. Mas o filho foi atrás de outros produtores e não demorou muito para rotular um tinto da Miolo como vinho da casa. Era a época que essa vinícola gaúcha surgia como promissora entre os pequenos produtores brasileiros.

 

No ano seguinte, a irmã Silvia começou a cuidar da cozinha, dando ares mais gastronômicos ao negócio. Já não eram mais os sanduíches, e o menu começava a ganhar um viés de receitas italianas, e a casa mudou de endereço, na rua Cônego Eugenio Leite, também em Pinheiros. Ao mesmo tempo, as importações foram liberadas, o interesse pelo vinho começou a crescer no Brasil e Lamberto investiu em transformar o restaurante em um endereço para confrarias, jantares harmonizados, entre outros eventos.

 

 


Salão do novo endereço da Vinheria Percussi

Não demorou para a Vinheria ser a parada obrigatória para os amantes de vinho. Na gastronomia, o reconhecimento veio, com diversas premiações e menus harmonizados. Em 2017, foi ousado e ou a importar vinhos, da Itália, claro, como os rótulos do Vajra, do Piemonte. Logo depois da pandemia, a casa ganhou o seu terceiro endereço, também em Pinheiros, agora na rua Bianchi Bertoldi. E, no novo projeto, uma enorme adega é um dos destaques do salão. E agora, chegando aos 40 anos, é de se perguntar qual será a próxima ideia dos Percussi no mundo do vinho.


Tags: Suzana Barelli, Guia dos Vinhos, Paladar, Percussi, Lamberto Percussi, Silvia Percussi

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